Dívida pública é dívida dos cidadãos do país.
O que é a dívida pública?
Os
governos, seja em nível de União, Estado ou Município, podem, pela
lei, contrair dívidas para aplicar em benefícios para o povo. Uma
coisa muito bonita! Veja o final desta história.
Se
ele percebe que não há arrecadação suficiente para melhoramentos
em saúde, educação, segurança, ou no social, ele empresta
dinheiro.
Quem
faz os empréstimos para o governo?
Instituições
públicas ou privadas. Grandes bancos do país e de fora. Grandes
empresas. E até a própria população pode “emprestar” para o
governo.
Como
é feito isto?
O
governo faz isto quando formaliza contratos ou por meio da oferta de
títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional.
Do
nada, o governo, através do Tesouro Nacional, emite papéis chamados
“Títulos do Tesouro” e o Banco Central do Brasil os vende
através de leilões semanais.
Os
maiores bancos do mundo têm interesse em “ajudar” nosso país, e
“emprestam” seu dinheiro, adquirindo estes títulos. Só que não.
Eles
têm interesse neste tipo de transação em nosso país porque não
tem nenhuma aplicação no mundo que pague mais do que os títulos da
dívida brasileira. É a aplicação que mais rende no mundo.
Os
títulos chamados “Tesouro Direto” são os papéis oferecidos aos
cidadãos brasileiros, em que nós “emprestamos” nosso dinheiro
ao governo, recebendo juros um pouco acima da inflação e da
poupança do período. Estes constituem apenas 0,3% da dívida.
Já
não é o caso das grandes instituições financeiras mundiais
avidamente interessadas. Estas, bancos nacionais e estrangeiros,
seguradoras pertencentes aos bancos e outros investidores
estrangeiros constituem 62% da dívida. Ainda existem os Fundos de
Investimentos que não é nada mais do que várias empresas (bancos)
e cidadãos que se juntam para investir num determinado nicho
econômico e constituem 18% da dívida.
Quando
nós precisamos de um empréstimo pessoal, vamos a um banco e solicitamos,
mas precisamos dar uma contrapartida, ou seja, precisamos provar que
poderemos pagar de volta e com juros. Apresentamos nosso
contracheque, provamos que teremos renda suficiente ou apresentamos
algum bem de valor em nosso nome que, em caso de não honrarmos a
dívida, nos será tomado.
Já
quando são Instituições financeiras gigantescas que compram estes
títulos, os juros são exorbitantes.
Como
é que o governo vai pagar esta dívida?
Na
verdade, quem vai pagar é o povo através de arrecadação de
impostos.
As
instituições começam a cobrar. O governo começa a aumentar os
tributos do povo.
Acontece
que conforme vencem os contratos da dívida os juros são
enormes e não há outra coisa a fazer senão renegociar a dívida.
Como
é feito isto?
Bem,
junta-se o valor da dívida, mais os juros, e estes passam a fazer
parte dum valor só da dívida e é feito o cálculo de juros sobre
este valor. E cada vez que é renegociado, é repetido o processo até
que não se consegue pagar a dívida.
O
FMI, Fundo Monetário Internacional começa a pressionar.
E,
por mais incrível que pareça, ele fornece a solução mais
espetacular e contraditória possível.
1º
– Vendam as Estatais.
Sim,
que se vendam as empresas controladas pelo governo como empresas que administram aeroportos,
empresa de petróleo, empresas de telefonia, de concessão de
estradas e tantas outras. Estas empresas não são do governo, mas constituem um bem do povo brasileiro e que deveriam ser usadas para o enriquecimento deste. São na verdade, empresas estratégicas e não
coincidentemente mais lucrativas.
E
adivinhem quem compra estas empresas estatais?
2º
– Produzam o famoso “superávit primário”.
“Superávit
primário” significa diminuir gastos para sobrar dinheiro.
Mas
como o governo vai economizar?
Ele
começa a gastar menos com educação, segurança, saúde, etc.
Deveria também gastar menos com pagamento de pessoal, dos
funcionários públicos. A pequena economia que gera é para pagar a
dívida.
Mas
não há interesse dos credores em receber em dinheiro, mas em novos
títulos que geram mais juros gigantescos para eles.
Tudo
isto é inconstitucional e vergonhoso.
Veja
então o lado negro do sistema.
O
governo pega empréstimos para produzir bens sociais para o povo
porque os tributos não são suficientes.
O
final negro é que com dívidas impagáveis, ele aumenta tributo e
corta justamente a produção de bens sociais, razão pela qual pegou
o empréstimo.
Para
piorar, tem muita coisa oculta nestas negociações e em razão disto
foi feita a CPI da dívida pública de 2009 e 2010.
Interessante
também é como governantes usam de informações distorcidas para
enganar o cidadão.
Como
explicou Maria Lucia Fattorelli, auditora aposentada da Receita
Federal e fundadora do movimento “Auditoria Cidadã da Dívida”
no Brasil:
“O
que a gente critica no governo Lula é que, para pagar a dívida
externa em 2005, na época de 15 bilhões de dólares, ele emitiu
reais. Ele emitiu dívida interna em reais. A dívida com o FMI era
4% ao ano de juros. A dívida interna que foi emitida na época
estava em média 19,13% de juros ao ano. Houve uma troca de uma
dívida de 4% ao ano para uma de 19% ao ano. Foi uma operação que
provocou danos financeiros ao País. E a nossa dívida externa com o
FMI não era uma dívida elevada, correspondia a menos de 2% da
dívida total. E por que ele pagou uma dívida externa para o FMI que
tinha juros baixo? Porque, no inconsciente coletivo, divida externa é
com o FMI. Todo mundo acha que o FMI é o grande credor. Isso,
realmente, gerou um ganho político para o Lula e uma tranquilidade
para o mercado. Quantos debates a gente chama sobre a dívida e as
pessoas falam: “Esse debate já não está resolvido? Já não
pagamos a dívida toda?’ Não são poucas as pessoas que falam
isso por conta dessa propaganda feita de que o Lula resolveu o
problema da dívida. E o mercado ajuda a criar essas coisas.”
www.cartacapital.com.br/economia/201ca-divida-publica-e-um-mega-esquema-de-corrupcao-institucionalizado201d-9552.html
www.cartacapital.com.br/economia/201ca-divida-publica-e-um-mega-esquema-de-corrupcao-institucionalizado201d-9552.html
Assim
também explicou auditoriacidada.org.br:
“Em
2005, durante o Governo Lula, foi amplamente propagandeado o resgate
antecipado ao FMI, no valor de US$ 15,5 bilhões. Ao contrário do
que se ensejou fazer crer, tal pagamento não significou a extinção
do endividamento externo, que alcançou US$ 402 bilhões em
dezembro/2011. O pagamento de US$ 15,5 bilhões ao FMI em 2005 foi
feito mediante a emissão de novas dívidas interna e externa com
juros muito superiores aos juros que vinham sendo pagos ao FMI, ou
seja, NÃO PAGAMOS A DÍVIDA, ela simplesmente mudou de mãos e em
condições mais onerosas. O pagamento antecipado ao FMI significou,
na prática, a troca de dívida sobre a qual incidia uma taxa de
juros anual de 4% por nova dívida interna, que na época remunerava
à taxa de juros de 19,3% ao ano, bem como de emissão acelerada de
dívida externa, cuja taxa de juros estava, à época, no patamar de
8%.”
A
dívida pública federal interna superou R$ 5 trilhões em 2017.
Em
2014 os juros da dívida subiram de 251,1 bilhões de reais para
334,6 bilhões de reais no Brasil.
Não
é estranho que o governo composto por um grupo de pessoas
genuinamente brasileiras, que supostamente amam sua nação e seus
conterrâneos façam tamanha maldade contra o próprio povo.
Mas
há um agravante que explica isto. Acontece que estas mesmas grandes
empresas fornecem apoio financeiro para estes brasileiros quando
estão em campanhas políticas, e eles são, de fato, eleitos pelo
mesmo povo que eles (politicos e grandes corporações estangeiras),
depredarão.
O
resultado: Um sistema comandado por gigantes escravocratas, que
submetem países enfraquecidos por más decisões políticas, num
endividamento público, nenhum desenvolvimento sócio-econômico, e
um povo ignorante às questões político-sócio-econômicas e . . .
enfim, todo mundo pobre e inoperante.
Milhões de desempregados e
empresas falidas.
Leia mais: Como o sistema financeiro captura a Humanidade através da dívida
Veja vídeo com Maria Lúcia Fatorelli: A Dívida Pública por Maria Lucia Fattorelli
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